quarta-feira, 31 de outubro de 2012

CÂMERAS NA SAA: SEGURANÇA OU FALÊNCIA DA EDUCAÇÃO?

Os professores e estudantes da Escola Técnica Estadual República da FAETEC, em Quintino, ficaram perplexos com a instalação de “câmeras de segurança” em sala de aula, no último dia 11 de outubro. A instalação começou nas salas do terceiro andar do prédio que já abrigou a antiga FUNABEM e deverá, até o início do próximo ano letivo, atingir todas as salas da escola.

A decisão não contou com a consulta aos professores e estudantes da instituição. O primeiro questionamento a ser feito é: como uma decisão polêmica como essa é tomada unilateralmente pela direção da escola, a revelia dos professores? A direção apresentou essa proposta quando da consulta à comunidade escolar, por ocasião do processo de escolha do diretor? Não, nada disso foi feito!

Uma placa em cima do quadro dizendo “sorria, você está sendo filmado” alertava que as câmeras, recém instaladas, estavam em funcionamento. Sorrir, mas sorrir de quê? Do extremo controle, do autoritarismo e do adestramento a que todos passaram a ser submetidos?

Lutamos durantes décadas contra a Ditadura Militar. Lutamos pela Democracia, pela Liberdade, pela Justiça. Lutamos por uma Educação pública, gratuita, de qualidade e democrática. Lutamos por uma educação dialógica, formadora da cidadania e da consciência crítica. Nos formamos lendo obras como “Educação como prática da liberdade”, “Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire. Mas, agora, vemos a “tecnologia” do sistema prisional invadir à escola. Numa rápida olhadela nas páginas da internet, podemos ler anúncios de empresas de segurança atestando a “eficiência” dessas câmeras nas penitenciárias. Tudo em nome de uma “segurança”?! Mas que segurança é essa que não respeita opiniões, nem o papel formador da educação e trata todos como potenciais transgressores?

O prédio da Escola Técnica República, escola pública a qual todos se orgulham em trabalhar e estudar, já abrigou, no passado, a FUNABEM – Fundação Nacional do Bem Estar do Menor, instituição concebida, não por acaso, oito meses após o Golpe Militar de 1964. Tratava o comportamento divergente e desviante das crianças e adolescentes como uma “patologia da pobreza”. Tudo em nome de uma pseudo-harmonia social.

É preciso dizer a esses colegas que defendem uma escola fundada no controle, na vigilância, no adestramento e na punição um NÃO. NÃO, OS NOSSOS JOVENS NÃO VÃO PARA A ESCOLA PARA SEREM VIGIADOS E ADESTRADOS!

A escola é um espaço de construção da cidadania, um espaço de diálogo, solidariedade, compreensão e luta, luta por uma sociedade democrática!
Fonte: site do SEPE

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Sepe protesta contra distribuição de livro de autora ligada a entidade privada

A Secretaria de Estado de Educação está distribuindo para os professores em sala de aula o livro “Depende de você – como fazer de seu filho uma história de sucesso”, da educadora Andrea Cecília Ramal, consultora da TV Globo.

Trata-se de um livro de auto-ajuda, que pretende atingir os pais e responsáveis dos alunos de nossas escolas.

O Sepe está apurando como se deu a distribuição desse livro, se o governo comprou a edição e o distribuiu – o que equivaleria a pelo menos 60 mil exemplares, número de professores em salas de aula.

O Sepe está convocando um protesto para o dia 5 de dezembro, às 14h, em frente à sede da SEEDUC, no Santo Cristo (Avenida Professor Pereira Reis 119), contra a distribuição deste livro.

O ato é um protesto simbólico contra a forma com que o governo estadual trata a escola pública, privilegiando, no caso, uma autora de uma entidade privada, sem discutir com os próprios professores o conteúdo do livro.

Perguntamos: por que o estado não trabalha com autores da UERJ, uma instituição pública e estadual?

A nosso ver, o livro representa mais um tijolinho na construção que o secretário Risolia e o governador Cabral vêm fazendo na tentativa de desmontara escola pública, e que inclui a montagem de uma política salarial que só fala de bônus, mérito, de gratificação.

Política essa que a mídia aplaude de forma explícita, como fez o jornal O Globo, no dia 20/10, quando atacou, em um pequeno editorial, o próprio Sepe e os profissionais, dizendo que temos “arejar a cabeça” etc. Disse mais: que preferimos “ganhar pouco, mas não ser cobrado pelo patrão, no caso, o estado”.

Perguntamos ao jornal: nossas mobilizações por melhores salários e condições de trabalho por acaso são apenas uma farsa? Afirmamos ao O Globo que os profissionais de educação do estado não têm medo de serem cobrados, mas querem que isso ocorra com o governo dando uma contrapartida mínima, que é o cumprimento da lei: a Constituição estadual prevê reajuste salarial anual; uma contrapartida que é a de pagar salários dignos e oferecer boas condições de trabalho. Não isso que está aí: um piso salarial de R$ 1001,00; salas com 50 alunos; evasão de professores;diminuição do currículo para o aluno etc.

Provocação de O Globo à parte, recomendamos que os ditos formadores de opinião revejam seus conceitos, já que mesmo os formuladores da política da meritocracia no exterior, como a educadora norte-americana Diane Ravitch - ex-secretária assistente da Educação nos Estados Unidos no governo Bush, e que também assessorou o governo Clinton. Ravitch, outrora uma defensora da meritocracia, mudou de opinião e hoje prega o fim desta política nas escolas, o fim da privatização do ensino e o fim dos testes padronizados.

A opinião dessa educadora não é pouca coisa.

Não podemos tratar nossas escolas como fábricas, e não podemos tratar nossos profissionais de educação e nossos alunos como mera matéria prima.

Por isso mesmo realizaremos este protesto – reivindicamos que a SEEDUC esclareça como (o que foi gasto) e porque está distribuindo este livro; e se foi comprada a tiragem, quanto gastou.

Por tudo isso, o Sepe convoca a categoria a participar do ato, no dia 5, às 14h.




domingo, 21 de outubro de 2012



Programação:

Manhã

8:30h - Credenciamento
9h - Atividade Cultural: Lançamento do filme "Cinturão de Giz" - experiência da Greve da Rede Estadual em 2011
9:30 - Mesa 1: "Política e Gestão Escolar Democrática para além dos resultados: Desafios e Possibilidades".
Prof. Dr, Gaudêncio Frigotto (UERJ)
Prof. Wanderley Quêdo (Sinpro-rio)
Prof. Fátima Lima (Ex-diretora da EM. Aracy Muniz Freire)
12h - Almoço

Tarde

13h - Atividade Cultural - Oficina do Jongo da Serrinha.
13:30h - Mesa 2: "Do Discurso à Prática dos Projetos Pedagógicos: Limites e Contradição".
Prof. DrCélia Linhare (UFF)
Prof. Monica Lins (Cap UERJ)
16h - Atividade Cultural - Oficina do Cordel - Edmilson Santini
17h - Encerramento.



Participe! Vagas Limitadas.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Notíciais da educação

Senado aprova lei que reduz o número de alunos em sala.
 As turmas de pré-escola e do 1º e do 2º ano do ensino fundamental da rede pública deverão ter no máximo 25 alunos. No caso das demais séries dessa etapa e do ensino médio, o limite é 35 estudantes. A restrição está prevista em projeto de lei aprovado hoje (16), em caráter terminativo,pela Comissão de Educação do Senado.O texto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996), agora será analisado na Câmara dos Deputados. O autor do projeto, Humberto Costa (PT-PE), destacou que o elevado número de alunos por turma impede o acompanhamento e o aprendizado de cada estudante da rede pública.Pelo texto aprovado na comissão, uma vez aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, a nova lei entrará em vigor em 1º de janeiro do ano subsequente ao da publicação no Diário Oficial da União.
http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=3434

Cabral deixa de fora do orçamento para 2013 reajuste para Saúde e Educação.
A Coluna do Servidor do Jornal O Dia anuncia hoje que a proposta de orçamento enviada pelo governador Sérgio Cabral para a Alerj não preve recursos que garantam um reajuste para os servidores da Educação e da Saúde. Na proposta que, se aprovada pelos deputados, vai deixar de fora os profissionais das escolas e hospitais, somente os servidores da área de segurança tem aumento garantido, segundo a matéria: 0,915% em janeiro e 23,3% em fevereiro de 2013.A matéria ainda mostra que houve um aumento de 12,7 na despesa prevista com pessoal no orçamento de 2013,que será de R$ 30 bilhões. Mas nem assim, o governo do estado foi capaz de incluir uma proposta que reajuste os salários dos profissionais de educação que, já em 2012, também não tiveram qualquer reajuste salarial, já que não consideramos a incorporação do Nova Escola como reajuste, como o governador e o secretário Risolia cansaram de afirmar.Na mesma reportagem, o secretário de Planejamento, Sérgio Ruy Barbosa, confirmou que o e estado vai gastar no próximo ano R$ 5,6 bilhões com segurança. Em 2006, este gasto era de R$ 2,4 bilhões. Enquanto isto, o estado vai gastar R$ 3,1 bilhões com educação em 2013, contra 2,78 bilhões gastos em 2012. Mais uma vez, Cabral e os seus secretários economicistas vão "economizar", arrochando os salários dos profissionais de educação e da saúde estaduais.
http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=3435

Alerj ira discutir sociologia no Estado do RJ no dia 14 de novembro.
A Comissão de Educação da Alerj promoverá uma audiência pública no dia 14 de novembro, cuja pauta será a questão da grade de Sociologia na rede estadual. Como a audiência será aberta, o Sepe convoca os profissionais de Sociologia das escolas estaduais para comparecerem ao debate que será iniciado às 10h.
http://www.seperj.org.br/ver_noticia.php?cod_noticia=3435

Notícias da Educação

Senado aprova lei que reduz o número de alunos em sala.
 As turmas de pré-escola e do 1º e do 2º ano do ensino fundamental da rede pública deverão ter no máximo 25 alunos. No caso das demais séries dessa etapa e do ensino médio, o limite é 35 estudantes. A restrição está prevista em projeto de lei aprovado hoje (16), em caráter terminativo,pela Comissão de Educação do Senado.textoque altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/1996), agora será analisado na Câmara dos Deputados. O autor do projetoHumberto Costa (PT-PE), destacou que o elevado número de alunos por turma impede o acompanhamento e o aprendizado de cada estudante da rede pública.
Pelo texto aprovado na comissãouma vez aprovada pelo Congresso e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, a nova lei entrará em vigor em 1º de janeiro do ano subsequente ao da publicação no Diário Oficial da União.
Cabral deixa de fora do orçamento para 2013 reajuste para Saúde e Educação.
Coluna do Servidor do Jornal O Dia anuncia hoje que a proposta de orçamento enviada pelo governador Sérgio Cabral para a Alerj não preve recursos que garantam um reajuste para os servidores da Educação e da SaúdeNa proposta que, se aprovada pelos deputadosvai deixar de fora os profissionais das escolas e hospitaissomente os servidores da área de segurança tem aumento garantidosegundo a matéria: 0,915% em janeiro e 23,3% em fevereiro de 2013.
matéria ainda mostra que houve um aumento de 12,7 na despesa prevista com pessoal no orçamento de 2013,que será de R$ 30 bilhõesMas nem assim, o governo do estado foi capaz de incluir uma proposta que reajuste os salários dos profissionais de educação que em 2012, também não tiveram qualquer reajuste salarial que não consideramos a incorporação do Nova Escola como reajustecomo o governador e o secretário Risolia cansaram de afirmar.
Na mesma reportagem, o secretário de PlanejamentoSérgio Ruy Barbosaconfirmou que o e estado vai gastar no próximo ano R$ 5,6 bilhões com segurança. Em 2006, este gasto era de R$ 2,4 bilhõesEnquanto isto, o estado vai gastar R$ 3,1 bilhões com educação em 2013, contra 2,78 bilhões gastos em 2012. Mais uma vezCabral e os seus secretários economicistas vão "economizar", arrochando os salários dos profissionais de educação e da saúde estaduais.

Alerj ira discutir sociologia no Estado do RJ no dia 14 de novembro.
Comissão de Educação da Alerj promoverá uma audiência pública no dia 14 de novembrocuja pauta será a questão da grade de Sociologia na rede estadual. Como a audiência será aberta, o Sepe convoca os profissionais de Sociologia das escolas estaduais para comparecerem ao debate que será iniciado às 10h.

Educação bancária


  " A educação “bancária” pressupõe uma relação vertical entre o educador e educando. O educador é o sujeito que detêm o conhecimento, pensa e prescreve, enquanto o educando é o objeto que recebe o conhecimento, é pensado e segue a prescrição. O educador “bancário” faz "depósitos" nos educandos e estes passivamente as recebe. Tal concepção de educação tem como propósito, intencional ou não, a formação de indivíduos acomodados, não questionadores e que se submetem à estrutura de poder vigente. É o rebanho que como uma massa homogênea, não projeta, não transforma, não almeja ser mais."

(Paulo Freire)